Estudos Espiritas


A ALMA: SEDE DE TODAS AS PERCEPÇÕES E SENSAÇÕES

"SEGUNDO A DOUTRINA ESPÍRITA, a alma é o princípio inteligente que anima os seres da criação e lhes dá o pensamento, a vontade e a liberdade de agir.
Ela é imaterial, individual e imortal; mas sua essência íntima é desconhecida: não podemos concebê-la absolutamente isolada da matéria senão como uma abstração.
Unida ao envoltório fluídico etéreo ou perispírito, ela constitui o ser espiritual concreto, definido e circunscrito chamado Espírito. (V. ESPÍRITO, PERISPÍRITO.) Por metonímia, emprega-se freqüentemente as palavras alma e espírito uma pela outra; diz-se: as almas sofredoras e os espíritos sofredores; as almas felizes e os espíritos felizes; evocar a alma ou o espírito de alguém; mas a palavra alma desperta antes a idéia de um princípio, de uma coisa abstrata, e a palavra espírito a de uma individualidade.

"O espírito unido ao corpo material pela encarnação constitui o homem;

 de sorte que no homem há três coisas:

- a alma propriamente dita, ou princípio inteligente;
- o perispírito, ou envoltório fluídico da alma;
- o corpo, ou envoltório material.
       
- A alma é assim um ser simples;
- o espírito, um ser duplo composto da alma e do perispírito;
- o homem, um ser triplo composto da alma, do perispírito e do corpo.
       
- O corpo separado do espírito é uma matéria inerte;
- o perispírito separado da alma é uma matéria fluídica sem vida e sem inteligência.

A alma é o princípio da vida e da inteligência; foi, pois, erradamente que algumas pessoas pretenderam que dando à alma um envoltório fluídico semi-material, o Espiritismo dela fez um ser material.

"A origem primeira da alma é desconhecida, porque o princípio das coisas está nos segredos de Deus, e que não é dado ao homem, em seu estado atual de inferioridade, tudo compreender. 
Não se pode, sobre este ponto, formular senão sistemas.
Segundo uns, a alma é uma criação espontânea da Divindade; segundo outros é mesmo uma emanação, uma porção, uma centelha do fluido divino. Aí está o problema sobre o qual não se pode estabelecer senão hipóteses, porque há razões pró e contra.
A segunda opinião se opõe, no entanto, esta objeção fundada: sendo Deus perfeito, se as almas são porções da Divindade, elas deveriam ser perfeitas, em virtude do axioma de que a parte é da mesma natureza que o todo; desde então, não se compreenderia que as almas fossem imperfeitas e que tivessem necessidade de se aperfeiçoar.
Sem nos deter nos diferentes sistemas tocando a natureza íntima e a origem da alma, o Espiritismo a considera na espécie humana; ele constata, pelo fato de seu isolamento e de sua ação independente da matéria, durante a vida e depois da morte, sua existência, seus atributos, sua sobrevivência e sua individualidade.
Sua individualidade ressalta da diversidade que existe entre as idéias e as qualidades de cada um no fenômeno das manifestações, diversidade que acusa para cada uma existência própria.

Um fato não menos capital ressalta igualmente das observações: é que a alma é essencialmente progressiva, e que adquire sem cessar em saber e em moralidade, uma vez que se as vê em todos os graus de desenvolvimento. Segundo o ensino unânime dos Espíritos, ela é criada simples e ignorante, quer dizer, sem conhecimentos, sem consciência do bem e do mal, com uma igual aptidão para um e para outro e para tudo adquirir.
Sendo a criação incessante e por toda a eternidade, há almas chegadas ao cume da escala, enquanto que outras nascem para a vida; mas, tendo todas o mesmo ponto de partida, Deus não as criou melhor dotadas umas do que as outras, o que é conforme a sua soberana justiça: uma perfeita igualdade presidindo a sua formação, elas avançam mais ou menos rapidamente, em virtude de seu livre arbítrio e segundo seu trabalho.

Deus deixa assim a cada uma o mérito e o demérito de seus atos, e a responsabilidade cresce à medida que se desenvolve o senso moral. 
De sorte que, de duas almas criadas ao mesmo tempo, uma pode chegar ao objetivo mais depressa do que a outra, se trabalha mais ativamente para a sua melhoria; mas aquelas que permaneceram atrasadas chegarão igualmente, embora mais tarde e depois de rudes provas, porque Deus não fecha o futuro para nenhum de seus filhos.

A encarnação da alma num corpo material é necessária para o seu aperfeiçoamento; pelo trabalho de que a existência corpórea necessita, a inteligência se desenvolve.
Não podendo, numa única existência, adquirir todas as qualidades morais e intelectuais que devem conduzi-la ao objetivo, ela ali chega passando por uma série ilimitada de existências, seja sobre a Terra, seja em outros mundos, em cada um dos quais ela dá um passo no caminho do progresso e se despoja de algumas imperfeições.
Em cada existência a alma leva o que adquiriu nas existências precedentes. Assim se explica a diferença que existe nas aptidões inatas e no grau de adiantamento das raças e dos povos. (V. ESPÍRITO, REENCARNAÇÃO.)"

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